2º Dia – 05/05/2016
08h30 – 09h – Proposta de pesquisa nacional sobre as Etapas I e II do PNEM
Professora Mônica Ribeiro
Nós tivemos esse cuidado de não criar no dia de hoje uma expectativa de terceira etapa, não vai ter, está definido, o MEC definiu, não criar nem que sim, nem que não, nem de que vai haver terceira etapa, ou de que não vai haver terceira etapa. Porque é exatamente neste lugar que nós estamos.
Ontem deu para perceber tanto nas falas mais gerais tanto nos grupos, de que há sim uma expectativa que foi criada nas escolas de continuidade da formação continuada, há uma expectativa porque está no Plano Nacional de Educação, há um a expectativa conforme o que a professora Malvina disse ontem porque há Diretrizes Curriculares Nacionais, que normatizam a formação de professores no Brasil hoje que são obrigatórias, e que nela diz da obrigatoriedade do ente público promover a formação continuada. É o que está nessas diretrizes, então é claro que isso tudo coloca uma expectativa de continuidade das ações.
No entanto, ontem quando a professora Edna dizia assim: não, mas nós estamos em um cenário de incertezas, não sabemos como serão os próximos anos, eu falei: olha lá ela é muito mais feliz do que eu, porque não sei nem como serão as próximas semanas, os próximos dias! Como é que a Edna está falando em próximos anos, que informações que ela tem que não temos! Até brinquei com ela hoje, que informações privilegiadas que ela tem que ela consegue se preocupar com os próximos anos, porque estamos preocupados com a segunda-feira.
É então em meio a tudo isso, que mais uma vez nós organizamos esse Seminário, e tem encaminhamentos que precisam sair daqui. Porque esse é o fórum ampliado com as secretarias de Estado, com pesquisadores, com autores, com coordenadores da IES, com formadores, com supervisores da IES. Vocês são as pessoas que entendem o que foi a nossa ação, é o que ela tem de substantivo que mereceria ter continuidade. Este é o fórum que entende da formação do Pacto, que pode opinar sobre ele, e pensar nos encaminhamentos.
Então com todos os cuidados nós temos feito essa programação, colocando desse modo bem genérico perspectivas futuras, que compreende desde o futuro da próxima segunda-feira até como disse a Edna a perspectiva dos próximos anos.
Nesse quadro das perspectivas nós temos o seguinte encaminhamento: Nós queremos até por conta da preocupação desse registro histórico, qualificado, do que as nossas universidades junto com as secretarias fizeram nas duas etapas. Nós pensamos (nós que eu falo é Mônica o grupo do observatório) o que estava no nosso plano trabalho original lá no PPA, quando nos colocamos no SISFOR, pra ir para o MEC. Nós tínhamos posto uma pesquisa Nacional de acompanhamento pra nós obtermos dados qualitativos. Então nós vamos apresentar daqui a pouco uma proposta dessa pesquisa, que claro, nós possamos centralizar um pouco essa coordenação, mas ela só vai acontecer se ela for uma pesquisa nossa, se for uma pesquisa em que os coordenadores que estão nas IES nós colocarem ou eles próprios levantarem dados, ou nos colocarem em contato com escolas. Então nós queremos não uma pesquisa para dez anos, não é uma tese de doutorado, é um levantamento de dados qualitativos.
Quais são as duas perguntas chave? Não é se o Pacto melhorou o IDEB do ensino médio, podem ter certeza. Mas é no que a ação de formação minimamente levou esse professor a olhar de outro jeito pra esse jovem que está na sua frente. Olhou para a escola pra dizer: essa escola é uma escola para essa juventude diversa, diferente, colorida, com futuro, com projetos de futuro, que não são aqueles que nós esperamos.
Então nós queremos saber que é feito de qualidade, isso surtiu na reconfiguração do espaço da escola, pensando nesse jovem que está na escola pública, inclusive os que não estão, mas estão por chegar. Então vamos pensar um pouquinho sobre isso!
A outra coisa que eu queria falar, e falar também desse mesmo jeito assim olhando no olho de vocês, com toda honestidade, e com todo cuidado que o momento merece. Quando nós encerramos, quando nós produzimos o material da segunda etapa, vocês vão se lembrar de que havia um caderno que acabou não indo pra a formação. Era o caderno que tratava das modalidades de oferta do ensino médio. Este caderno havia sido iniciado quem coordenou logo de início foi a Sandra, depois eu e a Sandra fizemos esse trabalho de continuidade e nós fizemos o caderno; nós vamos entregar para vocês! Parabéns aos autores, alguns deles estão aqui e vieram para fazer uma conversa conosco.
Com terceira etapa, ou sem terceira etapa, pra um projeto de extensão da sua universidade junto com a secretaria de Estado da Educação, nós vamos disponibilizar esse caderno pra vocês. Está muito interessante, depois os autores vão falar um pouquinho disso; a Sandra vai falar um pouquinho disso, mas nós colocamos aqui a educação, o ensino médio na forma de EJA, na forma de Educação Profissional, de educação Escolar Indígena, de Educação Especial, de Educação do Campo, nós colocamos nesse caderno o que é modalidade. Com a esperança de ter outro caderno que trata do ponto de vista do ensino médio, dessa diversidade imensa de juventudes que lá estão. Pensando um pouco nas relações étnico-raciais, nas discussões de gênero e sexualidade, na Educação Quilombola. Isso ficou como cenário futuro!
Mas como esse havia sido iniciado, e é dessa forma que eu quero que isso seja levado. Nós não fizemos um material pra a terceira etapa atravessando o debate, não fizemos! Isso estava iniciado em 2013, ele não havia sido concluído, ele tinha noventa ou cem páginas quando começamos a segunda etapa, não tinha como. Nós tivemos que chegar para o grupo da Educação Profissional: para de escrever tanto! Vocês escreveram oitenta páginas é pra escrever trinta, para corta aqui, corta lá, foi isso.
Como nós conseguimos terminar e tínhamos o recurso já para fazer a editoração nós terminamos o caderno, vamos entregar para vocês, e vai está também no site, e depois eu falo um pouquinho o que nós aqui no Paraná tínhamos pensando. Sem pensar em terceira etapa do Pacto, nós iríamos ofertar como um curso de extensão pelas nove universidades para os orientadores de estudo. Sem bolsa, um curso de extensão que as universidades fazem na nossa carga horária, não para duas mil ou cinco mil pessoas, somente para os orientadores de estudo, tudo estava sendo desenhado, nada aconteceu ainda, está tudo para discutirmos hoje aqui neste Seminário.
Primeiro é a pesquisa, o segundo momento vamos falar um pouquinho desse caderno. No terceiro momento nós temos o MEC que vai trazer para nós o que é hoje dentro do ministério da educação. Neste cenário (viu Edna) de não sabermos o que vai ser a semana que vem não daqui a alguns anos as perspectivas de formação continuada. Como é que o MEC nesta turbulência política (citou-se o afastamento do Eduardo Cunha) neste cenário cunha cai cunha sobe é que Mirna vai apresentar para nós ela e a Laura as perspectivas do MEC, e, além disso, eu irei apresentar uma proposta de terceira etapa com toda a turbulência pra nós discutirmos. É uma proposta absolutamente preliminar de terceira etapa, pra nós podermos pensar junto com as coordenações de ensino médio que aqui estão, em que medida isso responderia as necessidades dos nossos professores que estão lá nas escolas. Vai ser fechada aqui a terceira etapa? De jeito algum, não vai ser definida aqui essa terceira etapa essa proposta que eu vou apresentar, depois eu falo como ela foi construída, como que nós chegamos a essa proposta, quando eu for fazer a apresentação eu conto um pouquinho quem foi que pensou junto, porque foram essas pessoas e não outras, e porque que decidimos fazer desse jeito. Feito isso na parte da manhã, nós temos os grupos de trabalho que vão avaliar um pouco essa proposta, que vão colocar outros elementos, e um plenário para indicativos de continuidade; se assim nós entendermos que tem que ser tá ok?
Bom, sobre a pesquisa então também é uma proposta, nós estamos trabalhando nesse desenho, nós vamos apresentar para vocês o que nós estamos pensamos, mas obviamente, isso tudo vai demandar maior maturidade, como é que nós vamos fazer isso, se vamos fazer uma pesquisa nacional. Nós todos coordenadores de universidades do Pacto em universidades, se nós coordenamos aqui, mas todos somos coautores, colaboradores dessa pesquisa nacional, vamos pensar um pouquinho isso!
Então muito rapidamente, nós nem vamos discutir é só para dizer para vocês que nós estamos convidando todo mundo, muito por conta do que nós vimos ontem que há uma lacuna de informações sobre o que nós fizemos, não dá para dizer somente um número: há o Pacto certificou 200 e poucas mil pessoa, não para dizer apenas isso, foi muito mais que do isso. É um registro histórico, eu sei que vocês sabem disso, nós estamos convencidos de que foi uma ação de mérito, e uma ação muito bem sucedida, e isso precisa ficar registrado pra posteridade, muito mais nessa direção.
Então assim, a pesquisa seria coordenada por nós, podendo ser assim ou não, a depender de como vocês se colocarem, os coordenadores especialmente nas universidades se colocarem diante dessa possibilidade. Mas nós podemos se incumbir aqui sim de reunir os dados, sistematizar minimamente esses dados, depois devolver pra que cada universidade se veja e acabe colocando outras informações. Então é uma proposta que envolveria todos os Estados que fizeram a formação.
O objetivo é avaliar os resultados numa perspectiva qualitativa, o que interessa para nós mesmo saber: Professor o que alterou a prática? Que outras possibilidades passaram a existir? Vocês se reúnem mais? Envolvem os estudantes? Vocês chamam os estudantes? Como nós vimos indo por aí, vocês chamam os estudantes para pensar a proposta pedagógica? O que é que aconteceu como resultado dessa ação? É isso que está invisibilizado ainda, isto está invisível. Quem sabe lá do seu Estado da escola que acompanhou sabe, os demais não sabem, são resultados de fato práticos, mas que estão invisíveis, então nós queremos dar visibilidade pra esses resultados.
A ideia é trabalhar com os vinte e quatro Estados, mais o Distrito Federal, ou seja, quem de fato chegou até a escola nas duas etapas. Aqui excetua então o Pará e São Paulo, o Pará começou depois de certo tempo interrompeu, São Paulo se quer iniciou. Então nós temos mesmo a ação realizada no interior da escola em vinte e cinco unidades da federação, então a ideia é trabalhar com todas elas.
O público a ser entrevistado: os coordenadores gerais, adjuntos, aqueles que na universidade acabou se envolvendo diretamente, eu já conheço a maioria pelo nome, então fica bem mais fácil de nós fazermos a entrevista. Ainda presencialmente se nós conseguirmos os formadores regionais, os orientadores de estudo, os cursista, etc., alguns cursista, já vou explicar um pouco como nós pensamos nisso. E num formato on-line, num questionário com duas questões abertas pelos menos, o que vai dar um trabalho enorme depois organizar isso, que é diretamente com o cursista que nós faríamos no Google docs. um questionário e cada coordenador de IES levaria, e o que voltar já é bom, sem aquela obrigatoriedade de que os 200 mil terão que responder. Nós enviamos e o que estivermos de resultado, nós qualificamos esse resultado a partir da sua expressividade, a partir do que ele significa no volume de pessoas que acabou fazendo o curso.
Nós chegamos a pensar, mas eu não sei se é delírio demais, em visitar algumas escolas, ou nós mesmos, ou vocês, com o roteiro de entrevistas comum. Então eu pego lá: as escolas de abrangência da Vanice, por exemplo, nós não vamos poder, não temos nem recurso pra ir para o Brasil inteiro, nem tempo para ir, muito menos para as 14 mil escolas. Mas se nós não formos vocês podem ir, ou nós podemos ir a um ou em outra, mas pensar em duas situações opostas, por exemplo, aquelas escolas que se destacaram pela adesão a formação, aquelas que erguerão a bandeira da formação, em que orientador de estudo se destacou, porque de fato ele fez tudo e mais um pouco do que estava previsto. E escolas contrárias disso, uma escola que cumpriu o protocolo: tem que reunir, tem que fazer, tem que, tem que, tem que. Tem que pegar esses dois extremos e ver em cada estado o que foi esses dois extremos.
Ontem eu falava para alguém que aqui no Paraná nós tivemos, por exemplo, (a Heloise se lembra disso que foi nossa supervisora) um orientador de estudo que expulsava as pessoas do curso, nós tivemos que chamar e dizer: tem que ser o contrário meu amigo, se não nós expulsamos você! Porque se chegou cinco minutos atrasado, tá fora vou cortar a bolsa, atrasou cinco minutos o poderoso, era homem desculpa, chamava a professora colocava falta e dizia que ela iria ficar sem bolsa naquele mês. Então alguém ligava desesperado: a minha amiga vai desistir, pó causa de fulano e ele a humilha na frente de todo mundo: olha você está atrasada! Então nós tivemos que chamar o moço e dizer: moço não é bem esse o papel do orientador de estudos, é o contrário, nós queremos que quem começou termine, não é para fazer movimento de exclusão.!É só para mostrar um exemplo que nós tivemos, tivemos desde aquele que mergulhou e buscou as pessoas e fez um trabalho belíssimo de mediação; e temos aquele outro que cumpriu o papel burocrático de fiscalizar alista de frequência, de fiscalizar o SIMEC. Depois até pode fazer uma categorização desses perfis pra ajudar nós a interpretar esses dados. Então vamos pensar um pouco qual que seria o encaminhamento.
Nós estamos fazendo um esboço desses instrumentos, o que perguntar para os professores, o que perguntar para o orientador de estudos, então nós tendo esse desenho, iremos mandar para a lista dos coordenadores; obviamente nós vamos fazer isso contando com a colaboração das secretarias no que precisar de disponibilização. Insisto em dizer que não é uma pesquisa da Mônica e nem o observatório aqui do ensino médio. É uma pesquisa nacional que envolve tosos os atores que se envolveram com a formação do Pacto. O que nós nos dispusemos a fazer e sempre nesse diálogo com vocês é sistematizar esses dados, dando retorno a todos que estão envolvidos. No final disso, publicamos um livro e não precisa nem ter autoria esse livro, é uma autoria coletiva, é uma autoria de todos nós pra que nós de fato tenham um registro, essa é a finalidade.
Nós avaliaríamos junto com esse cursista desde o material, como é que foram feito o acompanhamento das atividades? Que outras ações foram decorrentes? Mas o que mais me instiga é as duas questões abertas que seria: e então professor o que é que você apontaria assim eu a minha identidade docente é outra em relação do Pacto pra pior ou para melhor, não interessa. Mas que ele seja capaz de verbalizar isso, não é possível que nós fiquemos dois anos dentro das escolas, e a gente minimamente nós tenhamos provocado esse sujeito a se rever. Toda a intenção dos cadernos foram essas, vamos provocar essas pessoas pra que elas olhem de outra forma o ensino médio, o jovem e a si próprio. Então o que sobrou? Passado esse tempo todo o que sobrou.
Aqui o cronograma de trabalho nós fomos muito otimista, já deu para perceber, nós colocamos assim como se fosse possível desse jeito. Mas eu aprendi desde o meu curso de Pedagogia, que nós fazemos cronograma para não cumprir, não é isso? O que é um cronograma? Eu falo pra as alunas de pedagogia quando eu ministro aulas para elas: o que é um cronograma que vai ao Plano de Ação da escola? É aquilo que nós fazemos, e fazemos rigorosamente para não ser cumprido! Porque o cronograma via de regra não é cumprido. A Mirna é mestre nisso, ontem mostrou pra nós que oito pessoas não fizeram o relatório, ela tinha um cronograma pra oito universidades, até hoje gente, sabe aquele cronograma que nós fazemos para entrega até dia 31, até hoje não começamos. Então o cronograma é algo que fazemos para não ser cumprido. Nós vamos dar a continuidade obviamente sempre por e-mail, fazendo esse contato. Quem quiser dar sugestões sobre isso na hora do grupo de trabalho, na nossa plenária, que a ideia de fato é fazer isso muito coletivamente.
Pode encerrar! Era só apresentar dar noticias da intenção, para nós caminharmos nessa direção.
Fotografia: Gilson Camargo